DESCALONAMENTO ANTIBIÓTICO EM PACIENTES COM SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO EM HOSPITAL TERCIÁRIO

Área: Medicina

Rafael Barberena Moraes
HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE - TERAPIA INTENSIVA

moraesrb@hotmail.com

Rafael Barberena Moraes
Flávia Kessler Borges,
Julián Alberto Viteri Guillén
William Javier Castillo Zabaleta
Jaqueline Sangiogo Haas

Introdução: O descalonamento antibiótico nos casos de sepse e choque séptico, está associado com diminuição de custos e redução da resistência bacteriana. No entanto, muitas vezes ele não é realizado. Objetivo: Desenhamos este estudo com objetivo primário de avaliar taxa de descalonamento antibiótico, em pacientes com diagnóstico de sepse grave e/ou choque séptico no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um hospital acadêmico, público e terciário. Secundariamente avaliamos adequação antibiótica. Material e Método: Após adesão ao projeto “Brasil contra a Sepse” em 2013 portadores de choque séptico e sepse grave passaram a ser avaliados prospectivamente conforme protocolo do ILAS. Analisamos retrospectivamente taxa de descalonamento e adequação antibiótica nos pacientes alocados entre abril e dezembro de 2013. Todos os pacientes foram avaliados por dois avaliadores independentes. Resultado e Discussão: Entre os 224 pacientes alocados, identificamos que descalonamento poderia ser efetuado em 29,4% dos casos (66 pacientes), tendo sido implementado em 19,6% dos casos (44 pacientes), sendo estreitamento de espectro antimicrobiano em 54,5% (24) dos casos. Terapia antimicrobiana empírica foi adequada em 89% das vezes. Não houve diferença de mortalidade ou tempo de internação entre pacientes com ou sem descalonamento. Conclusão: Mesmo em hospital terciário e universitário, podemos incrementar a taxa de descalonamento sem prejuízo aos pacientes e com benefícios institucionais. O conhecimento deste dado em cada instituição deve ser estimulado visando adequações locais. A taxa de adequação antibiótica empírica foi alta, refletindo ativa política institucional de monitorização do perfil epidemiológico e protocolos institucionais de uso de antimicrobianos.