FERIMENTO POR ARMA DE FOGO ABDOMINAL E NECESSIDADE DE NUTRIÇÃO PARENTERAL

Área: Nutrição

Eloisa Elena Piccoli
HOSPITAL CRISTO REDENTOR

eloisaep@yahoo.com.br

Eloisa Elena Piccoli
Cristiane Wentzel da Silva

a) Introdução e Objetivos: O Brasil ocupa o 11º lugar em mortalidade por ferimento por arma de fogo (FAF). Terapia nutricional no paciente com FAF abdominal é pouco relatada na literatura. As diretrizes atuais indicam o uso de nutrição enteral (NE) como primeira escolha nos pacientes com trato gastrintestinal funcionante, mas na presença de trauma abdominal isso nem sempre é possível. A nutrição parenteral (NPT) é uma alternativa quando a NE está impossibilitada, insuficiente ou contra-indicada. O estudo teve por objetivo (1) analisar a prevalência do uso de NPT e (2) verificar a via de alimentação na alta hospitalar de pacientes vítimas de FAF abdominal atendidos pela Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) em um hospital público de trauma. b) Material e Métodos: Estudo retrospectivo. Analisado o Banco de Dados da EMTN e selecionados os pacientes vítimas de FAF atendidos entre janeiro de 2014 e maio de 2015. Procedeu-se busca em prontuário eletrônico para verificar quais destes sofreram FAF em região abdominal. Foram coletados o número de dias de NPT e a via de alimentação na alta hospitalar. c) Resultado e Discussão: Foram atendidos pela EMTN 66 pacientes com FAF, dos quais 35 em região abdominal. Dentre estes, 54% necessitaram de NPT e a utilizaram em média por 15 dias. A taxa de mortalidade foi de 16%. Na alta hospitalar, 74% tinham a via oral como fonte exclusiva de alimentação, 5% com NE associada à via oral e 5% com NE exclusiva. O tratamento do FAF tem sido relatado como um dos mais custosos para o sistema de saúde. O tempo de utilização da NPT (>10 dias), evidencia seu adequado papel na terapêutica. d) Conclusão: A indicação de NPT mostrou-se de acordo com as diretrizes atuais. Apesar do alto custo, a terapia foi adjuvante no tratamento até a reabilitação do trato gastrintestinal.