INCIDÊNCIA DE PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA NO HSVP

Área: Medicina

Giovanni Pinotti Zin
HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO

giovannizinmed@gmail.com

Giovanni Pinotti Zin
João Felipe Pedroso Baseggio
Mariana Ziliotto Sgnaolin
Jussara Gomez

Pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) é uma condição bastante frequente nas unidades de terapia intensiva (UTI), sendo considerada a segunda infecção mais comum em UTIs americanas e a mais frequente nas UTIs europeias. Tem grande importância pela mortalidade envolvida, bem como os altos custos com o emprego de medicamentos antimicrobianos e maior permanência em UTI. No Brasil, a inexistência de dados multicêntricos impossibilita definir sua incidência, mas experiências individuais apontam que seja uma das infecções mais comuns dentro da UTI. Em nossa instituição, não possuímos registros epidemiológicos e entendemos que seja necessário conhecer o perfil dos pacientes, dos germes envolvidos, da resistência a antimicrobianos, e mortalidade para que possamos prevenir e aperfeiçoar o manejo desta complicação. Dessa forma, o presente estudo justifica-se. Material e Métodos Estudo longitudinal retrospectivo. Foram revisados 542 prontuários de pacientes submetidos a ventilação mecânica (VM) durante o ano de 2014 na UTI adulto do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), na cidade de Passo Fundo, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O critério de inclusão: ter desenvolvido pneumonia que preenchia critério de PAV. Não houve critérios de exclusão. Definiu-se PAV de acordo com as recomendações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HSVP: infiltrado pulmonar novo iniciado após 48 horas do início da VM, na presença de um ou mais achados: alteração da secreção traqueo-brônquica, febre acima de 38ºC e leucocitose > 12.000 ou leucopenia < 4.000. Resultado e Discussão Dos 542 prontuários revisados foram identificados 78 pacientes com critérios para PAV. A média de idade foi 57,48 anos com desvio padrão de 19,17 anos. A maioria era do sexo masculino (75%). Os eventos que mais comumente levaram à VM foram de causas neurológicas (26,9%), seguidas de sepse (23,1%) e politraumatismo (14,1%). O germe mais freqüente nas culturas foi a bactéria acinetobacter baumannii (60%) e o perfil de resistência se deu, sobretudo, a carbapenêmicos (72,3%). A mortalidade global foi de 42,3%. Conclusão A taxa de mortalidade observada nestes pacientes está de acordo com os dados da literatura mundial. Os pacientes submetidos a VM por qualquer causa, tem um risco aumentado no desenvolvimento de PAV, o que implica aumento da mortalidade. A incidência de germe multirresistente nesta situação alerta para a criação de bundles para o cuidado dos pacientes submetidos a VM.