RELATO DE CASO: ENCEFALITE VIRAL CAUSADA POR HERPES VÍRUS (HSV) DO TIPO I

Área: Enfermagem

Jamile Dutra Correia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE (UFCSPA)

jamiled@ufcspa.edu.br

Jamile Dutra Correia
Marco Aurélio Grassi
Alldren Silva de Souza
Anderson de Santana da Silva
Rita Catalina Aquino Caregnato
Gisele Pereira de Carvalho
Daniélle Bernardi Silveira
Ernani Bohrer da Rosa
Paulo Ricardo Gazzola Zen
Rafael Fabiano Machado Rosa

Introdução: A encefalite herpética (EHS) é a mais grave das infecções causadas pelo HSV, com alto índice de morbidade e letalidade. O Tipo I é o causador mais comum de encefalite, sendo que os sinais e sintomas são febre, cefaleia e alterações na consciência. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com EHS. Materiais e Métodos Realizou-se a descrição do caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados e Discussão: J.D.S.G., 23 anos, feminino, hospitalizada devido a sintomas de febre e inapetência com diagnóstico prévio de faringite viral. Em exame físico, constatou-se hiperemia em orofaringe, sendo iniciado antibioticoterapia. A paciente permaneceu internada sob observação. Em alguns momentos, ela apresentou cefaleia e redução do sensório (sonolência). Após cinco dias de hospitalização, ela apresentou episódio de crise convulsiva, sendo levada ao centro obstétrico (CO) para maiores cuidados. No CO, os médicos suspeitaram de meningite viral ou bacteriana. Chamaram a equipe da neurologia e transferiram a paciente para a UTI. Já na UTI, paciente passou por uma cirurgia para colação da DVE (derivação ventricular externa) e cateter para medir a PIC (pressão intracraniana). Durante a cirurgia, coletou-se líquor, que foi encaminhado para o rastreamento de possíveis infecções do SNC. Após sete dias de hospitalização na UTI, o exame de PCR positivou para HSV Tipo I. A equipe da neurologia e médicos intensivistas continuaram o tratamento com aciclovir, iniciado no primeiro dia na UTI. A paciente melhorou o sensório. Conclusões: A principal característica da EHS é a frequência do comprometimento do nível de consciência e a exacerbação dos sintomas. Profissionais da saúde devem estar alertas sobre a importância de investigações mais aprofundadas em casos de doenças febris, para não confundir ou mesmo diagnosticar de maneira precipitada infecções causadas por diferentes vírus. Isto possui importante implicações sobre o manejo e prognóstico do paciente.