ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM RECÉM NASCIDO COM DISPLASIA TANATOFÓRICA: RELATO DE CASO

Área: Fonoaudiologia

Danielle Martins Otto
IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE – ISCMPA

danifonoufcspa@gmail.com

Danielle Martins Otto
Sheila Tamanini de Almeida

Introdução e Objetivos: A displasia tanatofórica (DT) é uma condrodisplasia letal caracterizada clinicamente por macrocefalia, dismorfias faciais, tórax estreito com costelas curtas, micromelia com dobras de pele redundante nos membros, braquidactilia e hipotonia. Objetivou-se relatar a atuação fonoaudiológica em um caso de recém-nascido (RN) com DT. Material e Métodos: JS, sexo feminino, 4 meses e 24 dias de vida, nascida a termo. Internou na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal por disfunção respiratória e má formação congênita. Possui histórico de ventilação mecânica (VM), traqueostomia, broncopneumonia (BCP), crises convulsivas, tórax asfixiante, dieta exclusiva por via alternativa. A equipe médica solicitou avaliação fonoaudiológica para estimulação oral. Resultados e Discussão: Na avaliação clínica estrutural, observou-se: postura global de extensão, reflexos orais de busca, mordida e sucção ausentes, reflexo de vômito presente. Na sucção não nutritiva (SNN) apresentou: movimentação de língua e mandíbula alteradas, ausência de canolamento de língua e sucções, sinais de estresse – acúmulo de saliva, variação da coloração de pele e de tônus, queda de saturação – e recusa ao toque oral. Foi iniciado atendimento fonoaudiológico, com estimulação sensório-motora-oral e de SNN três vezes por semana. Após 20 dias em atendimento, apresentou: padrão oral mais organizado com aceitação de estímulos orais e “esboço” de sucção, mantendo-se estável durante a intervenção; melhor gerenciamento salivar, conseguindo deglutir saliva. Algumas crianças com DT sobrevivem alguns anos, dependentes de VM, com importante déficit de crescimento e atraso de desenvolvimento, não chegando a atingir a idade reprodutiva. Conclusões: A atuação fonoaudiológica foi considerada positiva, uma vez que promoveu uma melhor organização oral da RN, reduzindo riscos de BCP por aspiração salivar. O caso-clínico evoluiu de desorganização motora-oral para melhor organização oral e controle salivar.