ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES PÓS-ALTA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - ADULTOS

Área: Psicologia

Silvana Trilo Duarte
UTI DE ADULTOS - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ

silvanatduarte@uol.com.br

Silvana Trilo Duarte
Jaquilene Barreto da Costa
Sheila Taba
Claudia Felicetti Lordani
Cristina Maria Escher Hunsche
Dalas Cristina Miglioranza
Erica Fernanda Osaku
Amaury Cesar Jorge
Pericles Almeida Delfino Duarte

INTRODUÇÃO Pacientes internados em UTI experimentam eventos estressantes relacionados aos procedimentos invasivos, ambiente físico e, principalmente, a ameaça de morte, e muitos destes desenvolvem quadros emocionais crônicos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, distúrbios de ansiedade e depressão e alterações de memória. MÉTODOS Estudo prospectivo longitudinal realizado com pacientes oriundos da UTI-G de um hospital público de ensino. A primeira etapa de coleta de dados ocorreu durante o período da internação do paciente na UTI. A avaliação ocorreu três meses após a alta da UTI, no Ambulatório Interdisciplinar de Seguimento em UTI. Na avaliação foram aplicados três instrumentos: 1. Instrumento para avaliar memórias da UTI - IAM-UTI; 2. Impacto of Event Scale-Revised – (IES-R) para avaliar estresse pós-traumático; e 3. Hospital Anxiety and Depression Scale – (HADS). Para confirmação do diagnóstico foram utilizados dados de prontuário correlacionados à entrevista psicológica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram admitidos 785 pacientes na UTI durante o período do estudo. Destes 243 foram avaliados no seguimento ambulatorial três meses após a alta da UTI. Uma proporção significativa de pacientes apresentou alteração psicológica três meses após a alta da UTI. Estas alterações estiveram presentes em mais da metade dos pacientes sendo que a maioria apresentou sintomas de ansiedade. Estes resultados são consistentes com estudos prévios que identificaram percentuais semelhantes de ansiedade e depressão após a alta da UTI. CONCLUSÕES Os resultados das avaliações demonstraram que a internação na UTI pode desencadear alterações emocionais como ansiedade, depressão e TEPT, em uma parcela considerável de pacientes avaliados três meses após a alta. O conhecimento dos fatores de risco pode facilitar a identificação daqueles pacientes suscetíveis ao desenvolvimento desses transtornos possibilitando a criação de novas estratégias de intervenção.