IDADE COMO PREDITOR INDEPENDENTE DE MORTALIDADE EM PACIENTES ADULTOS CRÍTICOS: ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO

Área: Medicina

Maria Doroti Rosa
DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTENSIVA - HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

mariadorotirosa@yahoo.com.br

Maria Doroti Rosa
Regis Goulart Rosa
Mariana Mattioni
Aline Maria Ascoli
William Rutzen
Laura Madeira
Roselaine Pinheiro
Juçara Maccari
Cassiano Teixeira

Introdução: O aumento da proporção de idosos que integram o poll de pacientes no ambiente de cuidados intensivos é evidente. Isso se deve tanto à curva epidemiológica inerente ao envelhecimento populacional quanto a terapias com impacto significativo em condições prevalentes nessa faixa etária. Frente a esse novo cenário, torna-se fundamental a avaliação do impacto do envelhecimento na ocorrência de desfechos clínicos no contexto de doença crítica. Objetivo: Avaliar a idade como preditor de mortalidade independente do grau de disfunção orgânica e do grau de intensidade de tratamento em pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Métodos: Um estudo de coorte retrospectivo foi conduzido na UTI mista clínico-cirúrgica do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Diferentes faixas etárias (≤ 40 anos; 41 a 60 anos; 61 a 80 anos e ≥ 81 anos) foram comparadas através de Curvas de Kaplan-Meier brutas e ajustadas pelo grau de disfunção orgânica (medida pelo escore SOFA) e pela intensidade de tratamento (medida pelo escore TISS-28). Resultados: No total, 4221 pacientes foram acompanhados. A mortalidade global da coorte durante a internação na UTI foi 14.3 % (605 pacientes). Comparado com a faixa etária ≤ 40 anos, as faixas etárias de 41 a 60 anos (Razão de Hazard [RH], 2.33; Intervalo de Confiança de 95% [IC95%], 1.25-4.32), 61 a 80 anos (RH, 3.06; IC95%, 1.71-5.49) e ≥ 81 anos (RH, 5.30; IC95%, 2.96-9.49) apresentaram maiores taxas de mortalidade durante a internação na UTI no modelo ajustado pelos escores SOFA e TISS-28. Conclusão: Idade constitui fator preditor independente de mortalidade em pacientes adultos criticamente enfermos.