Panorama da doação de órgãos em um hospital do interior do Rio Grande do Sul

Área: Enfermagem

ADRIANA CALVI
Hospital Bruno Born

Adriana Calvi
Line Florablina Ferrão
Nancy Pereira dos Santos Ferreira

Introdução: A doação de órgãos inicia na UTI com a suspeita de morte encefálica (ME), que é definida como parada total e irreversível das funções encefálicas. No Brasil, são necessários, para o diagnóstico: dois exames clínicos com intervalos de tempo definidos pela faixa etária, a serem realizados por dois médicos diferentes não envolvidos com procedimentos de transplante; e por exame gráfico complementar. Objetivo: Descrever a atividade de notificação de ME, doações efetivas, recusa familiar, contraindicações médicas, paradas cardíacas em processo de diagnóstico de ME, analisando dados de um hospital de média e alta complexidade do interior do RS. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo. Os dados foram coletados nos prontuários de pacientes que realizaram protocolo de ME na instituição estudada, no período de 2011 a 2015 e analisados através de uma abordagem estatística descritiva. Todos os protocolos de ME foram informados à Central de Transplantes do Estado. Resultado e discussão: Dos 83 protocolos de ME realizados no período: 07 (8%) foram contraindicações médicas para doação, 16 (19%) apresentaram parada cardíaca antes da conclusão do diagnóstico. A entrevista familiar para doação de órgãos foi realizada com 60 potenciais doadores, dos quais 33 (55%) foram doadores efetivos e 27 (45%) corresponderam a negativa familiar. Conclusão: Em relação à epidemiologia da ME, o índice de notificações de ME por óbitos em UTI está em 8,2%, dentro do padrão. No período analisado, percebe-se um crescimento nas notificações de potencial doador. O percentual de recusa familiar é semelhante ao percentual do Estado. Não houve parada cardíaca após a autorização familiar para doação. Podemos considerar que a instituição estudada apresenta índices satisfatórios, que podem ser ainda melhores com maior esclarecimento da população em relação à doação de órgãos e com o contínuo aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos no processo.