Balanço energético no paciente crítico queimado – Hospital Cristo Redentor/GHC

Área: Nutrição

JÉSSICA VIANNA MANSSON
Hospital Cristo Redentor

Jéssica Vianna Mansson
Eloisa Elena Piccoli
Cristiane Wentzel da Silva

Introdução e objetivo Paciente crítico queimado é caracterizado por intenso estresse oxidativo, acentuada resposta inflamatória, prolongada resposta hipermetabólica e catabólica. A terapia nutricional enteral (TNE) é parte essencial no tratamento e deve ser iniciada precocemente. Este estudo teve por objetivo analisar o balanço energético (BE) destes pacientes nos primeiros 7 (sete) dias em TNE, total de dias até início da TNE e a relação com mortalidade. Materiais e métodos Estudo retrospectivo. Foram analisados dados do ano de 2015 referentes aos pacientes críticos queimados atendidos pela Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) em um hospital público de trauma. Realizada busca de dados sobre o BE em prontuário eletrônico. Foram coletadas informações sobre o total de dias até início de TNE, o alvo energético estimado, o BE cumulativo em 7 (sete) dias de TNE e óbito. Resultados e discussão Foram atendidos 23 pacientes queimados que necessitaram de TNE. Destes, 5 pacientes foram excluídos do estudo: 2 (dois) óbitos, 2 (dois) com alimentação por via oral (VO) exclusiva e 1 (um) paciente com TNE associada a VO. Portanto, foram incluídos 18 pacientes no estudo. A TNE teve média de início em 24h após a internação e tempo médio total de TNE de 28 dias. Período total de TNE variou de 4 a 83 dias. O alvo energético médio estimado foi de 2244 kcal. O BE cumulativo total médio em 7 dias de TNE foi negativo em 2499 kcal, variando entre 400 kcal e 6122 kcal. A taxa de mortalidade foi de 27%. Conclusão Este estudo mostrou que a TNE teve início precoce, estando em acordo com a recomendação das principais diretrizes que priorizam o início de TNE em até 24h. O balanço energético de 7 dias de TNE foi negativo para todos os pacientes, porém, manteve-se em um valor menor quando comparado a dados de outros estudos. O BE parece ser uma ferramenta importante para o acompanhamento nutricional, porém, mais estudos são necessários a fim de comprovar sua eficácia.