Avaliação de um método: degermação aliada à assepsia padrão na punção de cateteres centrais em uma Unidade de Terapia Intensiva

Área: Medicina

EDUARDO VESTENA ROSSATO
Hospital Santa Cruz

Eduardo Vestena Rossato
Rafael Botelho Foernges
Marcelo Cezar Maffi
Rafaela Kuczynski da Rocha
Patrícia Micheli Tabile
Jéssica Chaves
Gabriela Hochscheidt Mahl

Introdução: Pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), frequentemente requerem a inserção de um cateter venoso central (CVC). É preocupante a incidência de complicações infecciosas, como a infecção primária de corrente sanguínea relacionada a cateter venoso central (IPCS-CVC). A colonização está implicada na patogênese da IPCS-CVC. Questiona-se a utilização da degermação da pele do paciente com o conjunto esponja-clorexidina como uma forma de diminuição de colonizações e IPCS-CVC. Objetivos: Determinar se há redução nascolonizações dos cateteres centrais em que a técnica de degermação com escova de clorexidina foi aplicada previamente à antissepsia com clorexidina alcoólica. Material e Métodos: Ensaio clínico randomizado, controlado pelas técnicas convencionais já estabelecidas para a inserção de CVC. Os CVC foram divididos entre grupo controle e grupo intervenção. Os pacientes foram acompanhados durante sua internação para desenvolvimento de IPCS-CVC e ao final do uso do cateter, este foi enviado para cultura de sua ponta para averiguação de colonização. Resultados: A amostra foi de 115 CVC. Não houve diferença de colonização entre os grupos (12% vs 13%, p=1,00). No grupo controle, três casos (60%) de colonização por fungos foram identificados. Não foram observados casos de IPCS-CVC. Discussão: Uma das hipóteses aventadas para o desfecho encontrado é de que a UTI em que foi realizado o estudo possui uma microbiota caracterizada como de baixa resistência, dessa forma, a aplicação de antisséptico em duas formaluções distintas não trouxe benefício. A taxa de colonização no estudo de 25%, é consistente com a literatura (7,2-25%). Achados de CVC colonizados por fungos no grupo controle demonstra uma suposta vantagem do método de degermação em relação ao método padrão empregado. Conclusão: A adição do conjunto esponja-clorexedina ao método padrão não trouxe benefícios na prevenção de colonização de CVC e IPCS-CVC em nossa UTI.