Segurança da mobilização precoce em pacientes críticos na UTI : relato de experiência

Área: Fisioterapia

CLARISSA LEÃES
Hospital Ernesto Dornelles

Clarissa Leaes
Paulo Ricardo Marques
Mariana Scorsatto Boeira
Cristiano dos santos Rodrigues
Karina Brenner
Camila Dietrich
Taise Guerrieri
Marilia Lambrecht

Introdução: A preocupação com a segurança do paciente hospitalizado abrange todas as áreas assistenciais. Pacientes com internação prolongada em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), são mais suscetíveis a incidentes durante a sua mobilização. A mobilização precoce tem se destacado, pois auxilia a recuperação funcional, reduz os dias de ventilação mecânica e o tempo de permanência na UTI. Objetivo: Relatar o nível de mobilização motora e a taxa de incidentes durante a sessão de fisioterapia em uma UTI adulta. Métodos: É um estudo transversal e retrospectivo. Foram coletados os dados de 1154 pacientes no período de abril à dezembro de 2015. Todos os pacientes com prescrição de fisioterapia foram incluídos no estudo até a alta da UTI ou óbito. O protocolo de fisioterapia motora consistiu na aplicação de quatro níveis de mobilização: exercícios passivos (N1), exercícios ativos (N2), exercícios em posição ortostática (N3) e deambulação (N4). Foram coletados os dados do nível de mobilização realizado em cada atendimento e analisados a taxa de incidentes notificadas ao serviço de epidemiologia e gerenciamento de risco relacionados a cada sessão de fisioterapia. Os dados foram analisados e expressos em percentagem e a taxa de incidentes relacionadas ao número de atendimentos (1/10.000). Resultados e Discussão: Foram realizados 12.219 atendimentos fisioterapêuticos. Quanto ao nível de mobilização realizado em cada sessão, 46,1% realizavam N1, 32,9% dos atendimentos foram realizados N2, 14,1% realizavam N3 e 6,9% N4. A frequência de saída do leito foi de 46,6%. Houve uma taxa de 0,24/10.000 incidentes, totalizando 5 incidentes: 40% perda de sonda nasogástrica, 40% tração de cateter peridural e 20% tração de acesso venoso central. Conclusão: Não houve nenhum incidente acarretando dano moderado ou grave ao paciente. Sugerimos que a mobilização precoce é segura, havendo necessidade de mais estudos para comprovar a segurança dessa terapia no paciente crítico na UTI.