O IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE MANEJO DE LEITOS NO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO: ESTUDO ANTES E DEPOIS

Área: Medicina

DAIANA BARBOSA DA SILVA
Unidade de Terapia Intensiva / Núcleo do Fluxo do Doente Crítico / Emergência - Hospital Moinhos de Vento

Schunemann, DP;
Barbosa, D;
Chaves, C;
Schmitz, P;
Dalla Costa, G;
Brodt, SFM;
Maccari J;
Radu,D;
Maestri, R;
Nasi, LA;
Polanczyk, CA;
Teixeira, C.

O gerenciamento do fluxo de pacientes dentro do hospital é fundamental para otimizar os processos e o uso dos leitos na unidade de terapia intensiva (UTI).
Objetivo: Analisar o impacto da implementação de uma equipe de gerenciamento de leitos na complexidade dos pacientes internados na UTI, taxa de ocupação e qualidade do cuidado.
Métodos: Em outubro de 2014, foi estabelecida a equipe para manejo do fluxo de pacientes críticos, fazendo a interface entre o departamento de emergência e o bloco cirúrgico, definindo candidatos a leito de terapia intensiva. Foram analisados os dados de outubro de 2013 a setembro de 2014, comparados com os resultados após a implementação do programa, de outubro de 2014 a setembro de 2015.
Análise estatística: Os resultados foram comparados com teste T de student. Significância estatística foi considerada quando p < 0,05.
Resultados: Foram avaliados 9.399 pacientes-dia durante o período de controle e 10.074 pacientes-dia após a implementação do programa. Foi observado aumento significativo da complexidade dos pacientes internados na UTI quando avaliado um score que inclui necessidade de hemodiálise, uso de vasopressor e ventilação mecânica invasiva (0,78 vs. 0,88, p < 0,05). A taxa de ocupação da UTI foi significativamente maior após a implementação do programa (83% vs. 89%, p < 0,01). Não foi encontrada diferença significativa na taxa de infecção nosocomial (12,3 vs. 13,2 casos por 1.000 pacientes-dia, p = 0,9) e na taxa de mortalidade (25% vs. 22%, p = 0,06).
Conclusão: A implementação de uma equipe de gerenciamento de leitos para paciente crítico pode melhorar a ocupação dos leitos de UTI, aumentar a complexidade da unidade, sem causar prejuízo significativo na qualidade do cuidado.