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Abordagem endodôntico-cirúrgica no tratamento de infecções odontogênicas agudas - Relato de caso

Tema: Odontologia

FABIANE SCHREINER, RENAN CAVALHEIRO LANGIE, EDELA PURICELLI

Centro de Odontologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
PORTO ALEGRE/RS



Introdução: Infecções odontogênicas com envolvimento endodôntico apresentam classicamente caráter polimicrobiano. Quando não conduzidas adequadamente, podem invadir espaços fasciais e evoluir para quadros clínicos complexos, como angina de Ludwig e sepse, exigindo tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI). Objetivos: Apresentar um caso clínico de infecção odontogênica com envolvimento endodôntico tratado com abordagem endodôntico-cirúrgica.

Material e Métodos: Paciente do gênero masculino, 39 anos, buscou o serviço de Odontologia Hospitalar com pronunciado edema localizado na região dos dentes 45 a 47, sem sintomatologia dolorosa. Ao exame clínico foi constatada extensa lesão cariosa no dente 46, comunicando com a câmara pulpar coronária, e ausência de sensibilidade nos dentes 46 e 47, confirmando a necrose pulpar. Iniciada a antibioticoterapia, foi realizada abertura endodôntica dos dentes 46 e 47, com penetração desinfetante e irrigação com hipoclorito de sódio a 2%, obtendo-se drenagem parcial de coleção purulenta via canais do elemento 46. Este processo proporcionou remoção da área flutuante do edema, porém, houve permanência de edema consistente que resistiu à drenagem via dental, indicando abordagem cirúrgica para seu controle. Seguiu-se com incisão em fundo de sulco vestibular, drenagem do abscesso e instalação de dreno de Penrose. Resultado: Foi obtida drenagem contínua da coleção purulenta e sanguinolenta até remissão do edema. Finalizado o tratamento da fase aguda do processo infeccioso, o tratamento endodôntico e restaurador dos elementos dentários envolvidos foi realizado.

Conclusão: A abordagem multidisciplinar endodôntico-cirúrgica é essencial no tratamento de processos infecciosos odontogênicos agudos complexos não responsivos à terapia clínica endodôntica usual, que podem evoluir para quadros de maior gravidade como angina de Ludwig, mediastinite e sepse, exigindo internação em UTI.




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