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Desmistificando os Cuidados Paliativos

Muitas pessoas acreditam que os cuidados paliativos servem apenas para pacientes no final da vida. Na verdade, esse tipo de pensamento não deve ser reproduzidos como se a equipe paliativa tivesse o poder de “deixar” ou “não deixar” um paciente morrer. Confira os principais mitos envolvendo o tema!

1) O paciente de cuidados vai morrer em algum momento, a questão é como e quando. Esse doente vai morrer sofrendo? Com sintomas não controlados? Ou terá uma boa morte, com dignidade e cuidados holísticos? É preciso saber qual o papel do paliativista. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidado paliativo é uma abordagem que promove qualidade de vida aos pacientes e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação  e tratamento da dor, além da análise de outros problemas de natureza física, espiritual e psicossocial. 

 

2) “Não há mais nada para fazer se o paciente está em cuidado paliativo”. Por mais que não haja uma cura, pode-se melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente. É possível SIM fazer algo, mas isso requer tempo, pessoas capacitadas e comprometidas. Identificar as necessidades do paciente é fundamental, sejam elas físicas, psicológicas, sociais ou espirituais. Fornecer utensílios auxiliares e diminuir distrações, por exemplo, podem ser medidas simples, mas que já fazem toda a diferença.

 

3) “A sedação paliativa acelera a morte do paciente”. A sedação paliativa tem orientações formais, ou seja, não é qualquer pessoa que vai ser sedada.Os sintomas do paciente devem ser refratários a todas as tentativas de controle. Um paciente com enfisema avançado em insuficiência respiratória, usando 30 mg de morfina endovenosa e sem resposta adequada, está com o quadro clínico irreversível. Neste caso, esse doente tem indicação para sedação paliativa. Se ele morrer logo depois, a causa de sua morte será o enfisema, não a sedação.

 

4) “Quem está em cuidados paliativos já vai morrer”. Na realidade, esse paciente não está necessariamente no fim da vida. O ponto ideal para iniciar o acompanhamento é quando o diagnóstico for realizado. Essa atitude diminui o sofrimento do paciente. Os cuidados paliativos também se estendem à família.

 

O conhecimento é essencial para combater mitos sobre essa área. Quanto mais informação, melhores serão os argumentos. Cuidados paliativos são um trabalho difícil, mas que gera resultados incríveis.